ANS está ‘de olho’ em 14 operadoras de saúde em Minas Gerais. Agência decretou intervenção por desequilíbrio nas contas

15.07.2012

A saúde financeira de 14 operadoras de planos de saúde em Minas Gerais não vai bem. Conforme informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), essas empresas estão sob o regime de direção fiscal, estágio em que sofrem intervenção por causa de desequilíbrios em suas contas que, se não forem resolvidos, podem acarretar o fechamento dessas empresas.

Essas operadoras têm, juntas, 275.109 beneficiários em Minas Gerais. A lista com os nomes dessas empresas não foi divulgada pelo órgão regulador. Em todo o país, aproximadamente dois milhões de brasileiros podem estar perto de ver seus planos de saúde quebrarem.

Não bastasse a suspensão da venda de 268 planos, em todo o país, que desrespeitaram prazos de atendimento definidos por regulamentação, a ANS acompanha de perto 141 empresas de planos médico e odontológico, que correspondem a 10,3% do total de 1.300 em funcionamento no Brasil, com graves problemas financeiros.

No Rio Janeiro, 25 operadoras estão nessa situação, com implicações para 223,2 mil clientes. O Estado só perde para São Paulo, que acendeu o sinal de alerta da ANS por causa de 41 operadoras, com uma carteira total de 515,7 mil pessoas, com a saúde financeira abalada.
As empresas, geralmente, são pequenas, mas tiram o sono de muita gente. Entre as regiões, o Sudeste foi mais afetada: tem 84 operadoras no regime de direção fiscal, com 1,05 milhão de beneficiários atingidos. Em seguida vêm Nordeste, com 326,9 mil pessoas atingidas; Norte, com 252,5 mil; Sul, com 194,5 mil; e Centro-Oeste, com 110 mil.

Além de sofrerem com os sistemáticos reajustes acima da inflação (a previsão até 2013 é de 7,93%) e com a grande burocracia para conseguir atendimento, esses clientes, muitos atraídos pelos baixos preços dos serviços, agora se veem às voltas com trâmites administrativos e com a possibilidade de ficar sem plano, caso as empresas fechem as portas. Para evitar o pior, há o regime que consiste em uma apuração das medidas adotadas pelos planos para a melhoria das finanças. (com agências)

Quatro estão em liquidação judicial
Em situação bem pior que o regime de direção fiscal estão quatro operadoras em Minas Gerais que se enquadram na fase de liquidação judicial, cujos nomes não foram revelados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Isso ocorre quando as operações não conseguem se recuperar, mesmo após o acompanhamento da agência reguladora.

Em todo o país, são 71 operadoras nessa situação; em 2001, eram cinco. Entre os Estados da Federação, Minas Gerais ocupa a quarta posição. O Rio ficou em segundo lugar, com 15 empresas encerrando operações. São Paulo tem 18 nesse estágio.

Segundo a ANS, nesse caso todos os clientes serão repassados para outras operadoras. Elas têm um prazo de 30 dias para vender sua carteira. Se não conseguirem, a própria ANS realiza leilões. Não havendo a venda, o beneficiário pode procurar outro plano sem cumprir carência. O diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar, José Cechin, afirma o controle das operadoras ajuda a melhorar o setor.
Publicado no Jornal OTEMPO em 13/07/2012

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