Inflação do Brasil é a 4ª maior do G20

23.05.2022

Entre as maiores economias da América Latina, país está na 3ª posição, atrás só da Venezuela e da Argentina. Preços dos alimentos puxam alta da inflação no Brasil – Foto: Arquivo

O Brasil tem a 4ª maior inflação dos países que compõem o G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia. O índice está em 12,1% no acumulado de 12 meses.

Está atrás da Turquia (69,9%), Argentina (58%) e Rússia (17,8%). Vários países do G20 enfrentam as maiores taxas de inflação em muitos anos.

Quando são levados em consideração as 6 maiores economias da América Latina, o país fica na 3ª posição atrás só da Venezuela (172%) e da Argentina. Tem uma inflação superior a do Chile e do México.

Embora a inflação esteja elevada no Brasil, o país já estava com o índice alto, enquanto os outros tiveram crescimento atenuado em seus valores nos últimos meses. O Poder360 ouviu economistas para entender as explicações para a inflação de 2 dígitos no país.

“Tudo que podia dar errado, deu”, diz a economista da XP, Tatiana Nogueira. Afirma que grande parte da alta nos preços é causada por fatores externos. O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, também afirma que os fatores externos são os que mais pressionam a inflação no Brasil.

Entre os motivos citados pelos economistas, estão: o preço das commodities; crise na cadeia de suprimentos; guerra na Ucrânia.

Mas não são apenas os fatores externos que impactam. Há, internamente, causas da alta da inflação. Um dos fatores seria a inflação de demanda, quando há maior procura pelos bens do que a oferta. Outra causa seria a forte expansão monetária e fiscal feita pelo governo com programas emergenciais por causa da pandemia.

Neste caso, não é só o Brasil que sofre consequências pelo aumento do gasto público, vários países lidam com esse problema, que hoje afeta diretamente na elevação da inflação. Há ainda a crise hídrica que o país atravessou e que aumentou, principalmente, os preços da energia.

Na visão dos economistas, o remédio amargo que os países estão adotando é o aumento da taxa de juros. O Brasil, por exemplo, está subindo os juros desde março de 2021. Atualmente, a taxa de juros está em 12,75%.

“Sobe a taxa de juros para restringir crédito, consumo e investimento e a economia enfraquece. O desemprego aumenta e os salários caem […]. É difícil você ter um remédio eficaz contra a inflação que não provoque uma recessão de curto prazo”, afirma Rabi.

Na avaliação dos economistas ouvidos pelo Poder360, a inflação deve se manter em 2 dígitos até o 2º semestre. A expectativa é que volte para um dígito a partir de setembro ou outubro e feche o ano em alta, mas menor do que a atual.

Na 5ª feira (19.mai.2022), o governo elevou a projeção de inflação de 2022 de 6,6% para 7,9%.

“INFERNO DA INFLAÇÃO PASSOU”

Em evento em São Paulo na 5ª feira (19.mai.2022), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o “inferno” da inflação já passou no Brasil enquanto os países da Europa têm aceleração dos preços.

“Está faltando manteiga na Holanda, tem gente brigando na fila da gasolina no interior da Inglaterra, que teve a maior inflação dos últimos 40 anos e vai ter 2 dígitos já já. Eles estão indo para o inferno. Nós já saímos do inferno, conhecemos o caminho e sabemos como se sai rápido do fundo do poço.”

A inflação de abril foi de 1,06%, maior para o mês desde 1996.

Fonte: Poder 360 & Portal Contábil SC

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