Os cenários econômicos pós-pandemia em pauta no Festival Coop+

19.06.2020

Internautas de todo o País acompanharam a abertura do Festival Coop+ na manhã da última quarta-feira, dia 17, transmitida ao vivo pela Confebras e o Grupo Anga. Sob o tema “O protagonismo do Cooperativismo Financeiro diante do novo cenário econômico”, o evento foi aberto pelo presidente da Confederação, Kedson Macedo, que abordou o potencial do setor neste momento preocupante. “Devido à pandemia, hoje cerca de 4,5 milhões de empresas estão em risco de desaparecer”, acentuou. Por isso, destacou o papel das cooperativas de crédito no sentido de levarem o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) às empresas associadas ao cooperativismo. “Com mais de 6 mil pontos de atendimento em todo Brasil e sendo presença única em mais de 10% dos municípios brasileiros, as cooperativas têm um grande papel neste momento na retomada da economia”, reforçou o presidente. Palavras sucedidas pela fala do presidente do Grupo Anga, Ryoichi Penna, que sintetizou: “As crises nos relembram que o cooperativismo é o único caminho possível da economia, que permite abundância e não escassez”.

OS RUMOS DA ECONOMIA

O quadro econômico pós-pandemia foi traçado pelo economista e jornalista Luís Artur Nogueira. Recessão mundial, capitaneada pelos Estados Unidos, uma das maiores potências do planeta, e a China dando sinais de recuperação (se não vier uma segunda onda do coronavírus) são alguns dos prognósticos. Para o Brasil, Nogueira apontou: “Uma recessão econômica é certeza! Já uma depressão econômica é possível”. A segunda, por sua vez, com risco de caos social. Em meio à alta do dólar e às Bolsas em queda (agora em recuperação), muitas empresas já faliram, resultando em queda da arrecadação dos impostos pelos governos. “A agenda das reformas foi engavetada e o ministro Sérgio Moro, que tinha o papel emblemático no combate a corrupção, não está mais no Governo”, lembrou.

Por outro lado, Nogueira citou as atitudes assertivas do Governo Federal de fornecer crédito barato para as empresas e o alívio tributário para as pessoas físicas e jurídicas, além da transferência de renda durante um período definido (R$ 600,00) para mais de 60 milhões de pessoas no País. Ele citou que neste momento seria importante turbinar o investimento público em infraestrutura, por exemplo. Vida “normal”, segundo o economista, somente a partir de setembro, uma vez que até as aulas já retornaram em agosto. Mesmo diante de um PIB negativo previsto de 7% neste ano (só o agronegócio está crescendo) , ele vê a possibilidade de crescimento de 3% do PIB no ano que vem. Nesse sentido, o papel do cooperativismo é fundamental: “Os pequenos e médios empresários precisam de crédito. E somente as cooperativas e as fintechs podem salvar o mercado”.

Uma visão otimista foi apresentada por João Carlos Leite, presidente do Sicoob SaromCredi, sediado em Minas Gerais. Ele explicou que a instituição concedeu empréstimos a juros de 0,8% ao mês e que a alta taxa de depósitos dos associados nunca foi vista antes, o que revelou que “somos um porto seguro neste momento”. Detalhou ainda as ações da cooperativa educacional criada para atender a mais de 20 mil alunos, público que também recebe lições de educação cooperativista. Diante da pandemia, uma parceria empresarial permitiu que em menos de 20 dias os professores estivessem capacitados para oferecer suas aulas online. Mesmo diante de tantas virtudes, João Leite reconheceu que falta um grande projeto de Marketing ao Cooperativismo de Crédito, no sentido de levar educação financeira para dentro das salas, com o apoio da robusta estrutura já disponível no setor.

Fonte: Portal do Cooperativismo de Crédito

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