Domésticos saem caro

09.04.2015

A mão de obra doméstica está mais cara para os patrões. Em 12 meses, gastos com empregado em casa cresceram 9,12%, segundo dados de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Manter um trabalhador doméstico não é para qualquer família, ainda mais em um ambiente de economia recessiva. Em um ano, o desembolso médio com um empregado que recebe salário mínimo e tem a contribuição previdenciária recolhida é de R$ 14.775,83, de acordo com levantamento da Lalabee, empresa de serviços digitais para a gestão de funcionários do setor.
A diferença de custo entre as 27 capitais brasileiras pode chegar a até R$ 4 mil por ano. Em Porto Alegre, onde o salário mínimo da categoria é de R$ 1.006,88 e a tarifa de ônibus é de R$ 3,25, os custos são 30% superiores em relação aos desembolsos com um trabalhador doméstico em Macapá — onde a remuneração base é de R$ 788 e o desembolso por passagem de transporte urbano é de R$ 2,10. Em Brasília, são necessários pelo menos R$ 14.475,48 anuais para manter um empregado doméstico.
Diferentemente do trabalhador, que não sentiu no bolso o reajuste da passagem, o empregador tem refeito as contas para manter os gastos com funcionário dentro do orçamento familiar, já corroído pela carestia. Por conta disso, o presidente do Instituto Doméstica Legal, Mário Avelino, não descarta a possibilidade de demissões a curto e médio prazo. “Se o Senado não reduzir a alíquota de contribuição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de 12% para 8% para o empregador, o mercado sentirá o aumento do desemprego e, pior, da informalidade. Seria um completo retrocesso”, reclamou.
Na opinão de Avelino, a redução da alíquota do INSS poderia trazer um impacto menor para o bolso do empregador. “Se o texto for aprovado e sancionado (PL nº 302/13) com a desoneração (8%), o empregador terá um impacto adicional de apenas 3,15% a mais no custo total com o trabalhador. Caso a alíquota seja mantida em 12%, será acrescido mais 6,51% na despesa anual”, calculou o diretor da Lalabee, Marcos Machuca.
O especialista, no entanto, acredita que a taxa de emprego no setor se manterá estável. “Muitas famílias dependem do trabalhador doméstico para cuidar dos filhos ou de algum familiar com mais idade”, disse ele. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro, o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 1,921 milhão.

Fonte: Correio Braziliense e Portal Contábil SC

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