PMEs pagam o dobro por crédito na América Latina

13.11.2012

O acesso a financiamento é uma das principais barreiras para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PMEs) na América Latina, constata estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Comissão Econômica da ONU para América Latina (Cepal). Elas são fundamentais na estrutura produtiva, representando grande parte dos negócios e empregando 67% dos trabalhadores, mas contribuem pouco para o PIB, refletindo seu baixo nível de produtividade.

No total, as PMEs recebem só 12% do crédito na região, enquanto nos países em desenvolvimento o número chega a 25%. Um terço de pequenos negociantes na América Latina reclama de sérias restrições ao crédito. Os financiamentos de longo prazo também são mais caros para eles, às vezes dobrando o custo de capital comparado ao que pagam as grandes empresas.

Conforme o estudo, essa diferença no custo se deve, em parte, à transição do setor bancário da região para bancos multisserviços. Isso teria causado queda na margem líquida dos juros na América Latina para 8,6%, ainda consideravelmente mais alto do que a média de 2,7% nos países desenvolvidos, “revelando problemas na estrutura de financiamento da região e nível de competitividade”.

Embora poucas pequenas companhias recebam financiamento, o nível de aprovação de empréstimos para as PMEs é relativamente alto, cerca de 80% dos pedidos no Brasil e na Argentina. A participação de instituições financeiras públicas no sistema bancário da região é considerável, com 23% dos portfólios de empréstimos em 2009. E essas instituições têm aumentado as linhas de crédito para PMEs, caso do BNDES no Brasil.

Segundo o estudo, as grandes companhias na região atingem níveis de produtividade 33 vezes maiores do que as de microempresas. A diferença é de apenas 2,4 vezes nos países desenvolvidos.

No relatório que será divulgado na sexta-feira na Cúpula Ibero-Americana de Cádiz, na Espanha, as duas entidades sugerem uma abordagem mais integrada dos governos para reforçar as PMEs.

 
Fonte: Valor Econômico

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