Preço dos combustíveis afeta cooperativas paulistas, alerta Ocesp

21.05.2014

Edivaldo Del Grande, presidente da instituição, reivindica mudanças

São Paulo (19/05) – “A política de manutenção do preço da gasolina reduz as possibilidades de ampliação das cooperativas paulistas do setor sucroenergético”, alerta Edivaldo Del Grande, presidente da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo).

Na opinião de Del Grande, o etanol deixou de ser o combustível do novo milênio para se tornar um mico no interior de São Paulo. Segundo a União da Indústria de Cana de açúcar (Unica), dez usinas devem fechar as portas até o final da safra de 2014 e outras 30 unidades encontram-se em processo de recuperação judicial. “Essa quebradeira reflete a estratégia do governo federal de segurar, à força e artificialmente, o preço da gasolina para conter a inflação”, diz.

A medida, de acordo com o presidente da Ocesp, está levando o etanol a perder competitividade e às usinas e cooperativas ligadas ao setor a diminuírem sua lucratividade. “Não dá para competir com o subsídio à gasolina. A longo prazo, essa política desestimula o plantio da cana e volta a fazer do Brasil um país dependente quase que exclusivamente do petróleo, aumentando o rombo da Petrobras, que já é grande”, completa.

O dirigente considera inaceitáveis as críticas que transferem para os produtores de cana de açúcar e para as empresas produtoras de etanol a culpa pela crise no setor sucroenergético.

“Nosso setor é extremamente eficiente e competitivo, como já provado em todos esses anos. Somos superavitários na produção de biocombustíveis com relação a combustíveis fósseis. E, mesmo com todas as dificuldades climáticas, no campo conseguimos alta produtividade com variedades de cana mais resistentes e produtivas. Portanto, somos bons na indústria e no canavial. Não nos cabem as críticas do governo. Os fatores negativos vêm da falta de uma política agrícola adequada para o setor sucroenergético”, rebate o presidente da Ocesp.

“O Brasil é referência mundial em combustível renovável. Temos a melhor matriz energética limpa, tecnologia de ponta e produtores rurais que vivem provando sua competência. E ainda utilizamos a mesma rede de distribuição dos outros combustíveis. Falta visão estratégica e sobram práticas populistas e ideológicas nas esferas de governo. Esperamos que, passadas as eleições, o novo governo, seja da situação ou da oposição, volte à realidade e valorize o que é 100% brasileiro”, enfatiza Del Grande.

 
Fonte: OCB

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