SP: médicos paralisam atendimento a 11 planos de saúde em outubro

21.09.2012

Os médicos de São Paulo decidiram paralisar os serviços de atendimento a 11 operadoras de planos de saúde entre os dias 10 e 18 de outubro como protesto contra “práticas abusivas das empresas e defasagem inaceitável dos procedimentos médicos”. A decisão saiu após uma reunião na Associação Paulista de Medicina (APM).

As operadoras que serão afetadas pela paralisação são Green Line, Intermédica, Itálica, Metrópole, Notredame, Prevent Sênior, Santa Amália, São Cristóvão, Seisa, Trasmontano e Universal. Segundo a APM, um novo grupo será anunciado até a data de paralisação.

De acordo com a APM, o Cremesp, os Sindicatos dos Médicos, a Academia de Medicina de São Paulo e as Sociedades de Especialidade vão iniciar um trabalho de mobilização dos médicos no sentido de organizá-los para os protestos agendados.

A última paralisação dos médicos ocorreu no início de setembro, após nove meses de negociação sem chegar a um consenso com as operadoras de planos de saúde.

Reivindicações
Entre as reivindicações dos médicos estão consultas a R$ 80, valor de procedimentos atualizados conforme a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) – atualmente os médicos recebem entre R$ 25 e R$ 60 por consulta, segundo a associação – e inserção nos contratos de critério de reajuste a cada 12 meses.

De acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa o grupo Intermédica, afirmou em nota que “as associadas da FenaSaúde praticam reajustes regulares para os procedimentos e consultas feitos pelos médicos, com índices acima da inflação”. A FenaSaúde afirmou que “no acumulado de 2005 a 2011, os honorários dos médicos credenciados às operadoras associadas aumentaram em 71,56%, enquanto que a inflação acumulada (IPCA) foi de 41,88% e o índice acumulado do reajuste da ANS, 66,48%”.

A federação disse ainda que “os médicos, se prestarem serviços somente para as operadoras associadas da FenaSaúde, que pagavam, até julho deste ano, uma média de R$ 55,62 por consulta, ganhariam próximo ao que é pago aos cargos públicos mais altos do País”.

Além disso, destacou que “outro aspecto é que, em várias especialidades, os médicos, além das consultas, também são remunerados executando procedimentos, como eletrocardiograma, no caso dos cardiologistas, ultrassonografia, no caso de ginecologistas, exames diversos, no caso de oftalmologistas, entre outros procedimentos destas e de várias outras especialidades médicas. Os valores de remuneração por cada um desses procedimentos são acordados diretamente pela operadora em negociação com os médicos e devem integrar os cálculos de remuneração conforme pagos pelas operadoras associadas”.

O Terra também entrou em contato com Associação de Medicina de Grupo (Abramge), que afirmou que “não faz parte de suas atribuições discutir remuneração a prestadores de serviços – sejam médicos, hospitais ou laboratórios. Consequentemente, não participa das decisões sobre remuneração desses serviços entre prestadores e operadoras de planos de saúde, consolidada em contrato”.

 

Fonte: Terra

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