BCB eleva projeção do PIB para 2022, mas também aumenta de inflação

21.12.2022

O Banco Central do Brasil divulgou na última semana dois de seus principais documentos relacionados à condução da política monetária – a ata da última reunião do Copom e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Em geral, os documentos trouxeram poucas novidades em relação à condução da política monetária, cuja expectativa é que a taxa Selic seja mantida em 13,75% aa nas
próximas reuniões. O destaque foi a discussão (e um alerta) sobre uma possível mudança nas políticas fiscais e parafiscais.

Segundo o documento, “mudanças em políticas parafiscais ou a reversão de reformas estruturais que levem a uma alocação menos eficiente de recursos podem reduzir a potência da política monetária”. Ainda, o BCB pontuou que “em ambiente de hiato do produto reduzido, o impacto de estímulos fiscais significativos sobre a trajetória de inflação tende a se sobrepor aos impactos almejados sobre a atividade econômica”.

Além disso, o BCB divulgou suas novas projeções econômicas. A expectativa para o crescimento do PIB deste ano subiu de 2,7% para 2,9%. Segundo o documento, tal elevação decorreu da revisão altista da série histórica pelo IBGE, além dos números conhecidos até o momento. De toda forma, destacou que espera uma desaceleração no quarto trimestre e em 2023, diante da esperada desaceleração global e da taxa Selic em nível contracionista.

Com isso, manteve estável em 1,0% sua projeção de expansão do PIB para 2023. Quanto à inflação, o BCB elevou suas projeções para todo o horizonte relevante (2022 a 2024), passando de 5,8%, 4,6% e 2,8%, para 6,0%, 5,0% e 3,0%, respectivamente.

O principal motivo para tal foi a revisão da série histórica do PIB e a reestimativa do hiato do produto, que mostrou que este se encontra “mais fechado”, ou seja, mais próximo ao seu nível potencial, do que o estimado anteriormente. Com isso, é possível observar que para 2023, a elevação da projeção se concentrou nos preços livres, que passaram de 3,1% para 3,7%. Embora o BCB não tenha explorado tal aumento, provavelmente reflete uma maior pressão na inflação de serviços, mais dependente

da evolução da atividade econômica e do mercado de trabalho. No âmbito da atividade, os dados de outubro reforçaram a perspectiva de desaceleração da economia no 4º trimestre. Com isso, a tendência é de uma variação próxima a zero do PIB do último trimestre do ano.

Fonte: Febraban & Unimed do Brasil

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